segunda-feira, março 30, 2009

Somers Town (2008)

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Dois nomes: Shane Meadows e Thomas Turgoose - respectivamente, realizador e actor de This Is England; voltam aqui a mostrar uma história simples mas com um humor urbano depressivo novamente fantástica. Todo o filme é a preto e branco e a fotografia é brutal. Qualquer imagem do filme é uma fotografia carregada de sentimentos.
Tomo é um miúdo que sai de casa, é assaltado e fica sem nada. Marek é um miúdo polaco que passa o dia a tirar fotografias, enquanto o pai trabalha nas obras durante o dia e bebe uns copos com os colegas durante a noite. Até que ambos se tornam os melhores amigos, ajudam o vizinho para ganhar algum dinheiro e se apaixonam pela mesma miúda francesa. Isto é uma história de miúdos, sobre miúdo e para adultos que ainda adoram ser miúdos. A capa resume tudo isto. Adorei este filme.
nota: 9/10

P2 (2007)

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P2 é um filme escrito pelo Sr. Alexandre Aja que já nos brindou com o maravilhoso Haute Tension, mas que também já desapontou com Mirrors. Preferi guardar na memória o haute tension e dar uma chance a P2 - não me arrependi. É um filme despretensioso, sem grandes enredos ou realização, porém, diverte e cumpre o mínimo que se exige num filme do género.
Basicamente um suposto segurança não pretende passar o natal sozinho e decide "punir" aqueles que tendo tudo, perdem demasiado tempo a trabalhar.
Gostei sobretudo do assassino irritante que nos incomoda do principio ao fim. As cenas são bem feitas e sabe manter a tensão na altura certa.
nota:7/10

domingo, março 29, 2009

eu e a bicicleta

raramente escrevo sobre mim aqui no blog. No entanto há um assunto que poderá ter algum interesse e que em tudo está relacionado com o nome do blog. Refiro-me a utilizar a bicicleta como meio de transporte no dia-a-dia. Não vou aqui discutir se Lisboa é uma cidade clicável, quando já outros blogs o fizeram (ver nova secção de links), apenas tenho a dizer, que seria muito melhor para todos nós, se pedalássemos mais na cidade, sobretudo quem reside realmente em Lisboa e não nos subúrbios. A relação do nome do blog com o assunto é óbvio, poderá ser um suicido pedalar em Lisboa...
Só à terceira acertei na bicicleta. Somos inicialmente levados a comprar uma qualquer bicicleta e como a maioria das que estão à venda nas grandes superfícies são as chamadas BTT , é por essas que optamos. Se pensarmos bem, para que serve uma bicicleta de BTT que custa 100€, se não tem as características aconselhadas para andar na cidade (cesto, guarda-lamas, pneus de estrada, posição e banco confortável) e é fraca para fazer BTT? Basicamente compram-se estas bicicletas porque são as que estão á venda. Eu cometi este erro, comprei duas e após experimentar, acabei por devolver.
A minha escolha acabou por recair nesta sra aqui em baixo:

- quadro de cidade (não de senhora, como teimam em dizer...);
- pneus de estrada;
- carreto com 5 mudanças;
- assento confortável;
- preço justo para as funcionalidades e performance, sem correr o risco de em caso de roubo ser uma grande perda;
- tem pinta de clássica.

segunda-feira, março 23, 2009

Última Parada 174 (2008)

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site oficial
Depois de alguns filmes brasileiros muito bons, conhecidos de toda a gente (Tropa de Elite, Pixote - finalmente saiu uma versão em dvd, à venda na fnac!) e de alguns filmes brasileiros médios (Linha De Passe) é com agrado que escrevo alguma coisa sobre o filme já descrito no excelente documentário de José Padilha, com o nome Ônibus 174. Penso que, Última Parada 174, cumpre sem qualquer dificuldade aquilo a que se propõe.
Ambos (documentário e filme) abordam a vida de Sandro. Uma criança que se torna um menino de rua no Rio de Janeiro, após encontrar a mãe morta. Sandro é não só um dos diversos miúdos de rua, como um dos sobreviventes do famoso massacre da candelária. Tudo isto aliado ao analfabetismo, drogas e falta de oportunidades fazem com que despropositadamente, Sandro faça um sequestro no autocarro 174. A partir daqui é o jogo do gato e do rato: Sandro não mata porque não é sua intenção e não tem coragem e a policia não atira sobre ele, porque tudo está a ser transmitido em directo na televisão. A diferença entre Ônibus 174 e Última Parada 174, é que Ônibus 174 demonstra tudo isto com depoimentos de familiares, intervenientes directos e imagens de reportagem; por sua vez Última Parada 174 conta a mesma história com actores.
Para quem viu Ônibus 174 é inevitável a comparação entre os dois, no entanto, mais do que competir, completam-se. Há diversos pormenores que só são entendidos vendo o documentário. Por exemplo, o filme não mostra o lado da Policia, mas em compensação expõe mais a vida pessoal e sentimental. Acima de tudo, parece-me que o filme tem um lado mais pessoal e emocional enquanto que o documentário tem uma vertente mais social e politica.
Se possível, vejam os dois.
nota: 7/10

domingo, março 22, 2009

Martyrs (2008)

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Mais uma vez o cinema de terror francês volta a mostrar o porquê de ser cada vez mais visto e apreciado. Não tenho qualquer dúvida em dizer que o terror europeu está em grande, apresentando um terror muito acima da média. Martyrs é bem feito e tem uma boa história - algo cada vez mais raro e muitas vezes menos importante no género. O que inicialmente parece ser apenas mais um filme sobre uma revolta e violência gratuita, acaba por ser justificado e bem explicado. Consegue juntar os mais comuns estereótipos e acima de tudo deixar-nos a pensar.
Após um inicio bastante explosivo, há um momento em que pensei que as coisas se iam afundar numa tentativa de explicar o inexplicável, ou mesmo, arruinar num qualquer final. Mas é ai que o filme ganha novamente interesse, levando-nos realmente ao centro da questão.
Não quero cair no erro de o comparar a qualquer um dos outros filmes franceses recentes do mesmo género. Mas temos aqui uma história e cenas de difícil digestão.
nota: 8/10

sexta-feira, março 20, 2009

Double Negative

myspace
ouvi o disco de Double Negative uma ou duas vezes em casa e não liguei muito. Quando meti isto a tocar nos fones, ficou no repeat por tempo indeterminado, tal é a raiva saída da goela desde gajo. Este disco é a mistura perfeita de Void, Poison Idea e Voivod.

segunda-feira, março 16, 2009

Trouble Every Day (2001)

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Este filme tem coisas muito boas sobretudo a tensão que consegue criar com o silêncio. Depois não se sabe bem para onde vai caminhar. A determinada altura temos a sensação que toda a gente se vai comer (sexualmente) mas aos poucos isso vai-se desfazendo e a obsessão vai-se revelando. Vicent Gallo cumpre na boa o que lhe compete e Béatrice Dalle mostra porque razão é aquela personagem magnifica em À l'intérieur.
O filme aborda a viagem de um casal norte americano até Paris no que aparenta ser uma lua de mel. Paralelamente vamos observando outras duas historias de vida, o médico neurocirurgião que tenta controlar a mulher e a empregada do hotel que pouco faz além de aproveitar os quartos para algum lazer. Sobretudo o que o filme explora é a obsessão talvez até compulsiva em termos comportamentais das personagens. Claro, que tudo isto tem uma relação e como é óbvio, será Vicent Gallo a fazer a união, revelando o porquê de estar ali.
Não é um filme fácil de agradar a toda a gente, porque é lento e silencioso, com planos claros e simples de forma a nos deixarem apreciar mentalmente as personagens.
Gosto deste filme!
nota: 7/10

Sheitan (2006)

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Seguindo a tendência actual e não menos surpreendente do cinema de terror e dos últimos posts do blog, voltei a investir em dois filmes europeus, sendo o primeiro deles Sheitan que conta com a presença do cada vez mais e melhor actor Vicent Cassel. Sheitan é um filme que explora algo já antes visto em filmes como Texas Chainsaw Massacre ou mesmo The Hills Have Eyes. Ou seja, a família rural doentemente corrompida pela incesto, em que cada membro é mais paranóico e horrível do que o outro. Neste caso, não é um grupo de miúdos que vai em viagem e acaba por ir parar àquela zona por acaso. Tudo começa numa discoteca, no meio de um engate uma miúda os convida a irem para a sua casa de campo. A tal família, são os caseiros.
O filme não é espectacular. Tem cenas com bastante graça e um lado doentio capaz de ser real que o cinema europeu consegue manter. Se tiverem tempo vejam que vale a pena.
nota: 6/10

domingo, março 08, 2009

Ip Man (2008)

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Primeiro: dos melhores filmes de artes marciais modernos.
Segundo: história real e brutal.
Terceiro: leiam quem foi Yip Man
Tudo se poderia resumir à guerra China Japão e á miséria a que os chineses foram subjugados, não fosse um homem unir esforços e forças através de uma arte marcial: kung-Fu. Acima de tudo o que Ip Man fez, foi unir as pessoas e ensinar-lhes algo que não só lhes desse capacidade de lutar contra soldados japoneses mas força de espírito para enfrentar a opressão.
As cenas de luta são brilhantemente simples mas cativantes. Não temos chapadaria por chapadaria, isto não é o chuck norris, mas sim uma forma de arte e sobrevivência. Yip Man ficou famoso por ter sido o homem que ensinou Bruce Lee.
Mais um daqueles filmes que sendo norte americano iria ter uma projecção gigante, mas que sendo chinês, o ocidente ignora.
nota: 9/10

Ils (2006)

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Não teriam brincado connosco...
Quero desde já dizer que foi grande falha minha só ter visto este filme agora. Penso que na altura achei que o nome "Them" seria apenas mais uma versão do The Others - não ha qualquer relação...
É sobretudo mais um dos diversos filmes que têm dado origem ao que muitos já chamam de "F-Horror". Ils é um bom exemplo de como é possível fazer um filme assustador sem nada de paranormal ou ficção. Aqui temos: uma casa; um casal e "eles". A história não tem nada de novo, mas pouco importa. O importante aqui é que tal como Eden Lake o que temos é uma situação real, neste caso os factos são mesmo reais e isso é que nos deixa a pensar. Adoro o facto de o filme só ter uma banda sonora em momentos muito específicos, depois temos grandes momentos de silêncio incomodativo interrompido por sons irritantes. As cenas dentro de casa, fazem-me bastante lembrar o que de melhor se fez no cinema de terror Italiano dos anos 70, ou seja, temos uma casa com mobiliário pesado e um romance em tons baços. Encontra-se algum ponto de ligação com o ambiente que Dario Argento nos oferecia e penso que não foi ao acaso. Outra coisa que me pareceu, é que o filme norte americano Strangers tenta açambarcar muita coisa daqui, mas tal como escrevi noutro post, sem qualquer sucesso...
No final o que nos fica na cabça é mesmo: "não teriam brincado connosco..."
nota: 8/10

Eden Lake (2008)

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Nada como voltar à carga com algo que valha a pena. Eden Lake foi mais uma agradável surpresa dentro do bom cinema de terror europeu que se tem destacado do esgotado terror norte americano e do repetitivo horror asiático. Desde a alguns anos para cá França, Inglaterra e Espanha têm nos oferecido o que de melhor tem sido feito em termos de terror. Mas isto poderá ser conversa para outro post.
Eden Lake é real. É algo que pode acontecer a qualquer um e o medo é esse. Não temos zombies e não temos um assassino em série. Mas unicamente aquilo que criamos, adolescentes. Consegue juntar o melhor de Haute Tension com Kids, sem cair no exagero. O filme conta-nos uma história que poderia estar em qualquer capa de jornal: alguém que vai passar férias para junto de um lago, perto de uma localidade rural com fracos recursos financeiros e onde a violência é banal. Um grupo de miúdos que também frequenta o lago, gosta de arranjar confusão e não sabe quando parar. A partir dai é uma bola de neve e claro que acaba mal.
Destaco sobretudo este pequeno grande actor, que já se tinha revelado gigante em This Is England, estou a falar de Thomas Turgoose.
nota: 8/10